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Primeiro caso de ‘superfungo’ fatal do Brasil é registrado na Bahia; Anvisa faz alerta

8 dezembro 2020 | 16:53

Candida auris é resistente a medicamentos. Foto: Divulgação

Um possível primeiro caso do Candida auris, conhecida por ser um “superfungo” resistente a medicamentos, foi registrado no Brasil. Conforme alerta emitido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), na segunda-feira (07), o caso aconteceu em um hospital do Estado da Bahia e o paciente era um homem adulto, que estava internado em UTI.

De acordo com a Anvisa, o fungo foi encontrado em uma “amostra de ponta de cateter”. Essa amostra foi analisada pelo Laboratório Central de Saúde Pública Profº Gonçalo Moniz (Lacen-BA), em Salvador, e pelo Laboratório do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

O material colhido ainda será submetido a “análises fenotípicas (para verificar o perfil de sensibilidade e resistência)” e “sequenciamento genético do microrganismo (padrão-ouro)” até que o caso seja confirmado.

Por causa da suspeita, a agência já recomendou que a vigilância laboratorial do fungo seja reforçada em todo o Brasil, fora outras medidas para evitar que se torne um surto.

O fungo

O Candida auris é um fungo resistente a medicamentos e que pode ser fatal. A estimativa é que entre 30% e 60% dos pacientes morreram em todo mundo. Os sintomas podem ser confundidos com os de outras infecções, a exemplo da candidíase comum, como coceira, irritação, lesões e, se for vaginal, pode causar corrimento.

O primeiro registro do fungo foi feito no Japão, em 2009, após análise no canal auditivo de um paciente. Desde então, outros casos já foram identificados em países como Índia, África do Sul, Venezuela, Colômbia, Estados Unidos, Israel, Paquistão, Quênia, Kuwait, Reino Unido e Espanha. O primeiro surto aconteceu na Venezuela, entre 2012 e 2013, e atingiu 18 pessoas.

“O C. auris sobrevive em ambientes hospitalares e, portanto, a limpeza é fundamental para o controle. A descoberta (do fungo) pode ser uma questão séria tanto para os pacientes quanto para o hospital, já que o controle pode ser difícil”, afirmou a médica Elaine Cloutman-Green, especialista em controle de infecções e professora da University College London (UCL).

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