Na manhã deste sábado, 28, por volta das 10h o Professor Doutor Nilton de Almeida, do Colegiado de Ciências Sociais da Universidade Federal do Vale do São Francisco, UNIVASF, foi agredido por um Policial Militar nas proximidades de sua residência, no bairro Alto do Cruzeiro, na vizinha cidade de Juazeiro, BA. O professor Nilton falou como aconteceu a agressão, ele levou um tapa na cara e teve a moto (que estava com tudo pago) apreendida.
“Fui abordado por dois policias militares hoje pela manhã, por volta das 10h, na rua 2 e o cruzeiro da rua 1. Eu estava com o comprovante 2015 da moto, mas mesmo assim ela foi apreendida. Acho que eles não leram direito. Depois falei com altivez, serenidade e firmeza que iria em casa tentar achar o comprovante: Não estou gritando, não estou reagindo. O senhor está falando alto! Então tomei um tapa na face esquerda, desferido por um dos policias. Um raio. Meus óculos ficaram totalmente fora do lugar! E o policial disse: Algema! Preso por desacato. Resumindo: levei tapa, fui algemado, posto no camburão e levado para a delegacia onde permaneci algemado por um tempo”, disse o professor, que considerou a agressão como um ato de racismo.
Posteriormente o professor Nilton de Almeida foi liberado e agora descansa em sua residência, de um dia considerado por ele como “muito cansativo”.
Após esse fatídico episódio, imediatamente seus colegas reagiram protestando contra esse ato absurdo de racismo nas redes sociais. O primeiro a se manifestar foi o Professor Marcelo Silva de Souza Ribeiro do Colegiado de Psicologia, que divulgou uma nota nas redes sociais, confira: “Gostaria de partilhar e pedir o apoio aos colegas. Não é fácil ser negro não!
Prezada comunidade univasfiana,
O nosso professor Nilton de Almeida Araújo, do Colegiado de Ciências Sociais foi brutalmente abordado e covardemente agredido por policiais militares que faziam ronda nas proximidades da sua casa, em Juazeiro. Ao pedir o documento da moto os policiais não aceitaram o recibo de pagamento da licenciatura 2015, mesmo o professor sugerindo que poderia buscar na casa dele a pé. O nosso colega Nilton foi revistado, tratado com rispidez na frente dos vinhos e sem condições de colocar as mãos na cabeça, porque um dos policias segurava uma das mãos, Nilton foi agredido fisicamente. Esta barbaridade que explicita o puro racismo e outros preconceitos é uma ferida aberta na nossa sociedade. Triste ironia. O professor Nilton, que é um dos representantes do movimento negro na região, organizador do Mês das Consciências Negras…
A comunidade univasfiana não pode se omitir diante desse absurdo que, infelizmente, acontece todos os dias em nossa região, no nosso Brasil.
Conclamo todos os professores, técnicos, estudates e terceirizados que portem uma fita preta ou um laço preto em sinal de solidariedade e também de indignação. Que façamos isso até o dia 12 de dezembro, que é o último dia da presente edição do Mês das Consciências Negras. Além disso, certamente, teremos outros atos e manifestações.
Professores, repassem aos seus alunos essa mobilização.
Até o dia 12 de dezembro portemos esse “sinal”
Marcelo Silva de Souza Ribeiro
Professor do Colegiado de Psicologia”
O professor Nilton é um dos representantes do movimento negro na região e Coordena O Mês das Consciências Negras que este ano está na VI edição.
Até quando os negros serão agredidos e desrespeitados pelo simples fato de serem negros? Quantos mais: Nilton de Almeida, Maria Júlia Coutinho, Thaís Araújo, e tantos outros, até quando?