O risco de um apagão no Brasil reacendeu as discussões dentro do governo federal sobre o possível retorno do horário de verão a partir de 2025. A medida voltou ao radar após o cancelamento do leilão de reserva de capacidade, previsto para junho, o que aumentou a preocupação com a capacidade de atendimento aos picos de demanda por energia elétrica no segundo semestre deste ano.
A possibilidade de retomar o horário de verão foi inicialmente avaliada em 2023, quando o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) recomendou a medida como forma de aliviar a chamada “rampa da carga”, que ocorre entre 18h e 19h — horário em que há queda na geração de energia solar e aumento no consumo de eletricidade. O ajuste dos relógios poderia, segundo o ONS, atrasar o pico de consumo e ajudar a preservar a estabilidade do sistema.
Apesar da recomendação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), em setembro do ano passado, o governo decidiu, na ocasião, não adotar a medida para o verão 2023/2024. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, declarou que a segurança energética estava garantida, mesmo com chuvas e reservatórios em níveis ainda baixos.
Com o agravamento do cenário e o adiamento do leilão que garantiria reserva de capacidade, o tema voltou à pauta. Caso a decisão de reinstaurar o horário de verão seja confirmada, o governo precisará agir rapidamente para que setores estratégicos da economia tenham tempo de se adaptar. Tradicionalmente, o horário de verão era aplicado entre outubro/novembro e fevereiro/março.