Há exatos 30 anos o Brasil perdia um dos maiores representantes da música nordestina, Luiz Gonzaga, o eterno Rei do Baião. Natural de Exu, interior de Pernambuco, o segundo filho de Januário José eternizou a cultura do sertão ao colocar o Nordeste no mapa do até então ‘Brasil do Sul’, ao se apresentar no programa de calouros de Ary Barroso, em 1930.
E se naquela época o Brasil dançava ao som do pandeiro, do surdo e do tamborim, na década de 40 o país parou para conhecer o toque da sanfona e se entregou à envolvência do Baião.
O forrozeiro e sanfoneiro Targino Gondim baiano ressaltou a importância de Gonzagão para a cultura brasileira. “Luiz Gonzaga não levou apenas a nossa música, ele levou o sertão para as pessoas. Para o Brasil e para o mundo, a história do sertão, os hábitos, desejos, os anseios, a culinária, tudo que existia no sertão que não era conhecido pelo resto do Brasil e do mundo ele fez questão de mostrar. Foi ele que nos deu uma identidade e o orgulho de ser nordestino”.
Com aproximadamente 500 canções distribuídas em seus 56 álbuns, Gonzaga cantava em seus versos o que via no sertão, o que para Targino ajudou a tornar o ritmo ainda mais querido no Brasil. “Não é por ser forrozeiro e sanfoneiro, mas Luiz Gonzaga é o maior artista que o Brasil já teve. Ele e Dorival Caymmi foram os artistas que verdadeiramente transformaram a música brasileira, deram identidade. Dorival com o samba e Gonzaga com o forró e o baião”.