O Plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu nesta quarta-feira (17), por unanimidade, fazer o levantamento da quantidade de militares da ativa e da reserva ocupando cargos civis no governo do presidente Jair Bolsonaro (Sem partido). A ação inicial foi feita pelo ministro Bruno Dantas. O plenário do TCU ampliou a análise nos últimos 3 governos (Dilma, Temer e Bolsonaro), “a fim de avaliar a situação e divulgarmos esses dados à sociedade”.
Na avaliação do ministro Dantas, a militarização excessiva do serviço público civil pode representar riscos à ruptura do papel institucional das esferas governamentais.
“Considero importante que a sociedade saiba exatamente quantos militares, ativos e inativos, ocupam atualmente cargos civis, dados os riscos de desvirtuamento das Forças Armadas que isso pode representar, considerando seu papel institucional e as diferenças entre os regimes militar e civil”, afirmou o ministro.
Estima-se que hoje existam quase 3 mil militares em cargos no Executivo federal, mas nunca foi feita uma contagem rigorosa. Um levantamento do site Poder360 mostrou que dos 2.930 integrantes das Forças Armadas da ativa cedidos aos Três Poderes, 92,6% estão em postos abertos no governo Bolsonaro e 7,2%, no Judiciário. Só 1 trabalha no Congresso (0,03%).
Além de diversos auxiliares militares, o Palácio do Planalto possui atualmente três dos quatro ministros que despacham na sede do Executivo oriundos do Exército: general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), general Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo). Além do trio, o vice-presidente Hamilton Mourão e o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, integram a ala militar do governo.