Salvador teve, entre os meses de abril e junho deste ano, as chuvas mais fortes dos últimos 20 anos, segundo órgãos responsáveis. Do outro lado, já em 2012, a Bahia passou pela maior seca dos últimos 60 anos – e sobreviveu aos tropeços à estiagem que persiste. Pois, o futuro não é muito animador. Diante de um cenário de altas emissões de gases que provocam o efeito estufa, as mudanças climáticas previstas por especialistas devem incluir que esses extremos – muita chuva e muita seca – sejam mais comuns. “A gente sabe que os eventos extremos serão mais frequentes e duradouros, com maior intensidade. E esses eventos vão estar relacionados à água. Porque a água é aquela coisa que o ideal é nem tanto nem tão pouco”, diz o coordenador do Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais, Marcos Freitas, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Até 2100, a temperatura do mundo vai aumentar – quanto a isso, não dá mais para voltar atrás. Agora, a questão é como fazer com que ela não aumente demais. A meta da comunidade internacional é manter esse crescimento de temperatura em até 2°C. Mas, se o mundo continuar produzindo em excesso gases do efeito estufa, o número pode dobrar – há quem acredite que chegaria até a 7°C.