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The Economist agora vê o Cristo Redentor sem ar, sob Bolsonaro

3 junho 2021 | 20:22

Foto: Reprodução

por Nelson de Sá

A nova edição só chegou à internet nesta quinta-feira (3), mas parte do material especial sobre Brasil da revista The Economist já circulava em mídia social, em perfis de mercado financeiro, um dia antes.

Traz mais uma vez a imagem alterada do Cristo Redentor na capa regional, voltada à América Latina —mas não na capa principal, para o resto do mundo, que aborda “A nova geopolítica dos negócios” dominada por empresas dos EUA e da China. Agora a estátua no Corcovado respira com tubo de oxigênio, na pandemia. 

Em editorial com o título “A década sombria do Brasil”, a revista afirma que “Bolsonaro não é a única razão pela qual seu país está num buraco”, opinando que “o sistema político que o ajudou a conquistar o cargo precisa de uma reforma profunda”.  

O caderno especial, com dez páginas produzidas pela correspondente Sarah Maslin, aborda tópicos como economia, corrupção, Amazônia e as perspectivas para o Brasil.  

No texto de abertura, “O capitão e seu país”, Maslin destaca que “o Brasil está retrocedendo” e avalia que “Bolsonaro e Covid-19 são só os mais recentes em uma década de desastres”. Em suma, “o Brasil está enfrentando sua maior crise desde o retorno à democracia em 1985”.  

Sobre economia, com o título “Um sonho adiado”, afirma que, “Após uma geração de progresso, a mobilidade social está diminuindo”. Fechando o caderno, com foto associando Bolsonaro a Hitler, diz que é “Hora de ir” e “o futuro depende das eleições” do ano que vem.  

Reafirma que é preciso reformas, combater corrupção, defender a Amazônia, “mas será difícil mudar o rumo do Brasil enquanto Bolsonaro for presidente. A prioridade mais urgente é tirá-lo pelo voto”. O caderno coincide com a promoção de um evento sobre o país, pela Economist, na semana que vem.  

Alterar a imagem do Cristo Redentor é recurso que já foi usado outras vezes pela revista, sendo duas capas mais lembradas (acima): “O Brasil decola”, de 2009, no governo Lula, e “O Brasil estragou tudo?”, de 2013, no governo Dilma Rousseff. Elas também se basearam então em cadernos especiais sobre o país, cada um com 14 páginas.

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