O zagueiro Neto, da Chapecoense, só soube nesta segunda-feira (12) do acidente de avião que matou 71 pessoas na Colômbia, incluindo 19 dos seus companheiros de time. Treze dias após a tragédia, o zagueiro ainda não sabia do caso e ficou bastante emocionado. Ao acordar, na última semana, Neto chegou a perguntar o resultado da partida contra o Atlético Nacional, que nunca aconteceu. “Nós conversamos com o Neto hoje (segunda), falamos sobre o acidente, em comum acordo com a equipe clínica do hospital para que não houvesse nenhum problema na recuperação clínica e no estado emocional dele. Então, junto com a psicóloga, falamos com ele hoje. No início, ficou muito emocionado porque não sabia, mas ele é muito forte e entendeu”, afirmou em coletiva o médico Carlos Mendonça.
De acordo com ele, a equipe médica estava esperando pela melhora clínica de Neto para informá-lo do que acontecia. “Eu fiquei quase duas horas conversando com ele sobre esse assunto no quarto. Ele me perguntou sobre tudo, eu respondi sobre tudo e ele está totalmente consciente de tudo e acho que isso vai ser bom para a recuperação dele. Porque estava ficando um peso muito grande sobre a família, principalmente, sobre a esposa. Ele perguntava, e a esposa não podia falar e gerava um transtorno muito grande. Então, levamos até onde deu”, explicou o médico.
A esposa de Neto contou que o jogador afirmou que na véspera da viagem sonhou com uma queda de avião e estava receoso. “Nas últimas horas, ele já vinha percebendo várias escoriações sobre o corpo, na mão, nas pernas e ele já estava ficando desconfiado, porque não é comum em uma partida de futebol acontecer isso. O pai dele já tinha me falado que estava chegando no limite. Em comum acordo com a psicóloga, nós falamos. Provavelmente ele vai falar isso com vocês, ele teve um sonho no dia anterior da viagem. Ele sonhou que a aeronave estava caindo, uma coisa bem dramática, e ele falou com a esposa que não queria voar. Então, isso ficou muito marcado para ele. Foi uma coisa bem chocante”, diz. Neto segue na unidade de cuidados intensivos, estável e consciente. Não há previsão de quando deve voltar ao Brasil.