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Pagamentos de propina eram feitos até em cabaré, afirma delator da Odebrecht

24 março 2017 | 21:35

Mônica Moura fazia parte do 'top five' da propina | Foto: Franklin de Freitas

Mônica Moura fazia parte do ‘top five’ da propina | Foto: Franklin de Freitas

Além de delatar pagamentos ilícitos ao marqueteiro baiano Duda Mendonça, o delator da Odebrecht, Hilberto Mascarenhas, que chefiou o departamento de pagamento de propina da empresa entre 2006 e 2015, disse em depoimento à Justiça Eleitoral que as entregas de dinheiro em espécie ocorriam em “lugares absurdos” e até em “cabaré”. De acordo com a Folha de S. Paulo, quando questionado pelo juiz auxiliar da ação que pede a cassação da chapa de Dilma Rousseff e Michel Temer na eleição de 2014, sobre como eram os pagamentos ao marqueteiro João Santana e a esposa dele, Mônica Moura, responsável por operacionalizar as finanças, Hilberto respondeu: “Se fossem valores pequenos encontravam num bar, em todos os lugares. Você não tem ideia dos lugares mais absurdos que se encontra, no cabaré…”. Para o repasse de valores mais vultosos, Hilberto contou que Mônica ou um representante dela se hospedavam em um hotel onde se encontravam com um intermediário contratado pela Odebrecht que fazia a entrega, mas que não era ligado diretamente à empresa. “Então, você se hospedava no hotel e de noite ele visitava o quarto do interessado, entregava e ia embora, para poder ter mais segurança se fossem valores maiores”, contou. Ele ainda relatou que, quando coordenava o departamento de propina, preferia fazer os pagamentos fora do país e que Mônica estaria na lista dos “top five” que recebiam os valores mais elevados de propina da área. “Eu dizia: eu prefiro pagar tudo no exterior, que era lá que era feita a geração, eu preferia pagar no exterior. Mas ela [Mônica Moura] exigia que partes fossem pagas no Brasil, justificando que tinha que pagar alguns serviços que eram feitos no Brasil…”, disse.