Pela forma como se dão os processos políticos no Brasil, o processo interno dos partidos para definir seus candidatos a deputados federais e estaduais na próxima eleição será coordenado, em sua maioria, por políticos que são alvo de investigações no Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com levantamento de O Globo, dos 10 maiores partidos representados na Câmara dos Deputados, oito têm seus presidentes com inquéritos no STF. Os únicos que se salvaram, até o momento, foram Carlos Siqueira, presidente do PSB, e Rui Falcão, do PT. No entanto, nesse segundo caso, tanto Gleisi Hoffmann (PR) como Lindbergh Farias (RJ), candidatos à presidência do partido são alvos da Corte. Além dos presidentes das siglas, muitos dos investigados compõem as comissões executivas dos partidos. Maior bancada do Congresso, o PMDB tem seu presidente, o senador Romero Jucá (RR) e outros quatro membros da comissão executiva investigados. De acordo com a publicação, a importância dos chamados “caciques” vai aumentar se o Congresso aprovar a emenda constitucional que muda o sistema eleitoral. Parte da reforma política em discussão, o projeto institui o modelo de voto em lista que fará com que, ao invés de o eleitor escolher um candidato, ele eleja o partido. Assim, se a sigla conseguir votos para eleger 10 deputados, serão nomeados os 10 primeiros candidatos da lista.