Detidos na mesma ala da carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba, o ex-ministro Antonio Palocci e o empreiteiro Marcelo Odebrecht dividem as tarefas “domésticas”, como a limpeza da cela e do banheiro, e fazem refeições juntos. Segundo a Folha de S. Paulo, há poucos dias, o petista chegou à cela de Marcelo falando em italiano, o que levou até os companheiros de prisão do ex-presidente da construtora às gargalhadas. A brincadeira faz uma referência ao apelido atribuído a Palocci na planilha do Departamento de Propinas da Odebrecht. O ex-ministro é identificado como “italiano”, mas nega as acusações. De acordo com a publicação, Marcelo, que está preso desde junho de 2015, aconselha Palocci sobre como proceder na sua defesa. Quando o ex-ministro começou a cogitar fazer delação premiada, Marcelo lhe sugeriu que tentasse colocar a PF na negociação. Assim feito, o petista teve sua primeira reunião sobre o acordo com procuradores e um delegado da PF há pouco mais de um mês. De acordo com a publicação, três pessoas que frequentam a carceragem afirmam já ter visto o empreiteiro afirmar aos advogados do petista que eles prejudicavam seu cliente quando perguntavam a testemunhas da Odebrecht, na frente do juiz Sergio Moro, se Palocci era mesmo o “italiano”. No último dia 20, o ex-ministro disse ao juiz da Lava Jato que estava disposto a falar nomes e operações que interessariam o processo. Uma possível delação de Palocci é temida pelo PT. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) garantiu ter “absoluta certeza” de que Palocci não vai fechar o acordo, pois pode prejudicar muita gente.