No início da madrugada desta quarta-feira (2), o Conselho de Ética da Câmara decidiu dar continuidade ao processo que pede a cassação do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O relatório preliminar foi aprovado por 11 votos a 10. A votação foi decidida apenas com o voto de minerva do presidente do Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), que desempatou o placar. Cunha é alvo de uma representação por ter mentido em depoimento na CPI da Petrobras sobre a existência de contas bancárias na Suíça. O deputado baiano Paulo Azi (DEM-BA) decidiu votar contra o presidente da Casa apenas depois de pedir que fosse retirado do parecer um trecho que pedia investigação por vantagem indevida em contratos da Petrobras. O parlamentar teve a solicitação atendida, argumentando que a acusação não dizia respeito a fatos do atual mandato. Depois de conseguirem forçar a troca do relator e o cancelamento da primeira votação, que também tinha decidido pela continuidade do processo, Cunha e seus aliados voltaram a tentar adiar a sessão do Conselho de Ética nesta terça-feira (1º). O presidente da Casa manteve a sessão no plenário até pouco depois de 23h, mesmo com apenas cerca de dez deputados. O colegiado só poderia retomar os trabalhos com o fim da sessão, o que aconteceu por volta de 23h10. Com a continuidade do processo, o presidente da Câmara tem dez dias para apresentar defesa prévia. Nos 45 dias seguintes serão coletados provas e depoimentos de testemunhas. Em seguida, o relator Marcos Rogério (PDT-RO) terá dez dias para entregar o parecer que pode pedir a cassação de Cunha. Ele deverá ser votado dentro do conselho e depois segue para o plenário da Casa.