Tenho acompanhado, desde o último sábado, as reações e “reações às reações” aqui na rede social no que se refere às questões colocadas na prova do ENEM. Questões que tocavam na discussão do gênero, por sua vez levavam à questão do feminismo, posições de “direita” ou “de esquerda”…
Questão também sobre a “violência contra a mulher” – tema da redação – que está relacionada às questões supracitadas, mas não somente à estas…
O que penso e pontuo:
Como me esquecer das missas do Padre Antônio Fagundes? Malhada de Pedras se transformava em festa, uma semana antes, com novenas, quermesses, leilões… No dia da Missa, no domingo, a pequena paróquia se transformava num formigueiro humano. Criança, bem criança, acompanhava cada arrumação da casa, minha mãe a fazer deliciosos bolos e biscoitos, mandar as pessoas que sempre lhe ajudavam em casa matar galinhas e prepará-las com aquele tempero de festa, aquele cheiro gostoso que até hoje sinto invadir-me as narinas! Como me lembro dos lombos preparados com esmero, do leitão assado e do “corate” pururuca? Ah! Jamais me esqueço do bolo “leque”, bem amanteigado, dos sequilhos, bolinhos mimosos e outras guloseimas… Até hoje tento fazer tudo isso, mas nunca conseguirei imprimir em cada quitute preparado, em cada bolo e sequilho aquele cheiro de festa, aquele sabor, aquela textura, tudo para receber o “Padre”!
Achei muito engraçado um desenho animado que vi recentemente, que mostrava dois anjos na porta do céu. Um dizia para o outro: “você já percebeu que os recém-chegados hoje em dia não parecem ter muito a dizer uns para os outros, mas todos têm esse problema estranho de espasmos nos polegares?”
Embora eu talvez nunca chegue à porta do céu, é difícil hoje em dia não ficar preocupado com o fato de que, no nosso admirável mundo novo de mensagens de texto, Snapchat, Instagram, etc., pode ser mais difícil para os empresários e administradores marcarem reuniões — ou até mesmo conseguirem falar com um investidor, fornecedor ou cliente pelo telefone.
Não me entendam mal: não existe maior defensor das mídias sociais do que eu, sinceramente (a propósito, mande um alô no Twitter, Facebook, LinkedIn, Google+, Instagram e Vine), mas embora essas plataformas devam melhorar a nossa conversas ao vivo, e não substituí-las totalmente — nada substitui um novo contato pessoal.
A tecnologia móvel, que facilitou tanto que nos comunicássemos através de longas distâncias usando uma forma de comunicação, está ameaçando outra, à medida que os telefonemas se tornam mais raros. Um exemplo: um amigo me contou recentemente que seu filho de 17 anos ficou perplexo um dia porque seu melhor amigo não estava respondendo às mensagens de texto imediatamente. “Eu sei que ele está lá, então por que não está respondendo?” O filho declarou. Quando meu amigo sugeriu que talvez o filho pudesse “telefonar” para o amigo, foi ridicularizado. “Telefonar? Você está brincando, papai? Isso não seria nada legal!”
A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega. Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.
Há bosques de rododentros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jaipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende. Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol. Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz. Leia mais »
Sempre me surpreendo quando ouço alguém dizer que é pessoa muito sincera e que, por isso, fala tudo aquilo que pensa a respeito das outras. Penso que algumas criaturas sinceras costumam falar mais livremente de si mesmas e de suas mazelas: com os outros é bom agir com cautela!
Falar tudo o que pensa acerca de outra pessoa sem ter sido consultado é, no mínimo, deselegante. Na maior parte dos casos, é agressivo. É curioso observar que as pessoas ditas sinceras, que se sentem à vontade para falar das outras, raramente dizem palavras elogiosas a elas.
Criticar e falar mal dos outros não é sinal de boa autoestima; falar bem de si mesmo também não o é. Delicadeza e discrição são bons sinais. Muitas são as vezes em que as críticas, mesmo quando verdadeiras, são uma forma sutil de manifestação invejosa daquele que está falando mal.
Só deveríamos falar algo a respeito do outro se formos insistentemente solicitados: E convém verificar se ele está mesmo pronto para ouvir!