Um dos integrantes da CPI da pandemia, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) comentou a participação do presidente Jair Bolsonaro nas manifestações realizadas neste 7 de Setembro e fez duras críticas ao mandatário.
“Não é preciso aguardar o fim do dia para apontar que Bolsonaro é um criminoso golpista, que manipula a massa para esconder rachadinhas, centrão, mansões suspeitas e a incompetência que jogou o Brasil em uma crise sanitária, econômica e social gigante”, disse Alessandro sobre o presidente, que nesta terça (07) ampliou o tom de ameaças aos outros poderes da República, sobretudo o Supremo Tribunal Federal (STF) a quem sugeriu que os membros devem “se enquadrar” ou “pedir pra sair”.
“O impeachment é seu destino”, previu Alessandro Vieira, para o futuro de Bolsonaro.
Em pronunciamento na noite de segunda-feira (06), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o atual presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), por não gravar mensagem de esperança aos brasileiros e apenas estimular “divisão, ódio e violência”.
O petista afirmou que um presidente da República deve passar mensagem de esperança aos brasileiros no dia 7 de setembro. No entanto, o ex-presidente disse que Bolsonaro segue o caminho inverso: incita ódio e violência e chama o povo para o enfrentamento.“Ao invés de anunciar soluções para o país, o que ele faz neste dia é chamar as pessoas para a confrontação, convocar atos contra os poderes da República, contra a democracia que ele nunca respeitou.
Ao invés de somar, estimula divisão, ódio e violência. Definitivamente não é isso que o Brasil espera de um presidente”, ressaltou.Lula disse ainda que Bolsonaro deveria levar uma palavra de solidariedade para as famílias que perderam entes queridos durante a pandemia da COVID-19, além de anunciar planos que gerassem emprego e que diminuíssem o custo dos combustíveis no país, além de anunciar medidas para conter a alta no preço dos alimentos.
“O Brasil andou para trás porque o governo federal parou de investir no crescimento e nos programas que ajudam o povo. Cortaram a verba das escolas, dos hospitais, da agricultura familiar e encolheram o Bolsa Família. Em nenhum país do mundo, nenhum, vai para frente sem investimento”, afirmou.
Parlamentares estão planejando criar Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Rachadinha para investigar os casos de corrupção envolvendo apropriação de recursos públicos, após as denúncias reveladas por um ex-funcionário do clã Bolsonaro.
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) disse que, desde julho, coleta assinaturas para criar a CPI da Rachadinha e, para justificar a iniciativa, usou um salmo muito utilizado por Bolsonaro. “Sabe aquela história do ‘conhecereis a verdade e ela vos libertará’?”, ponderou.
Deputados, todavia, estudam a ideia de modificar o pedido para incluir as novas denúncias envolvendo a família do presidente e transformar o colegiado em uma comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI). Neste caso, seria necessário o apoio de 171 deputados e 27 senadores.
O vice-líder do DEM na Câmara, Kim Kataguiri (SP), disse ao Metrópoles vai conversar com Vieira em relação à estratégia da comissão. O deputado paulista também destacou que essas denúncias, independentemente de CPI, geram desgaste ao governo. “Sem dúvida, vai trazer desgaste gigantesco. E o Bolsonaro, quando fica acuado, costuma fazer besteira”, pontuou.
Kataguiri também foi às redes sociais ironizar o fato do presidente ter supostamente passado o comando do esquema aos filhos Flávio e Carlos Bolsonaro, após ter descoberto traição da ex-esposa. “Agora só falta o Bolsonaro dizer que o esquema das rachadinhas era coisa de sua ex-mulher, que vivia colocando coisas em sua cabeça”, ironizou.
O vice-líder do PT na Câmara, Rogério Correia (MG), também destacou o pedido, encabeçado por Vieira, para instalação da CPI da Rachadinha. O parlamentar disse que uma comissão de inquérito pode pressionar as instituições responsáveis pelas investigações a darem respostas às denúncias.
“A existência da CPI apressa e pressiona as investigações que estão hoje na Polícia Federal, no Ministério Público Federal e no Supremo Tribunal Federal. Temos que exigir que esses processos encaminhem nas instituições responsáveis”, ressaltou o petista. “Sempre que [Bolsonaro] está acuado, ele ataca a democracia”, acrescentou.
Quem bateu ainda mais forte foi o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ).
“As denúncias deixam claro que a família Bolsonaro é uma organização criminosa que montou um esquema de corrupção para roubar dinheiro público através da nomeação de assessores fantasmas nos gabinetes parlamentares da família. É assim que eles compram mansão e loja de chocolate. O problema de Bolsonaro não é ter sido traído pela esposa. É ter iniciado os filhos no crime”, afirmou.
O vice-líder do PCdoB na Câmara, Orlando Silva (SP), destacou que é preciso avançar nas investigações dos esquemas de corrupção do clã Bolsonaro.
“Há inúmeros indícios de diversos crimes praticados. O presidente da República vai responder após seu mandato, mas os filhos devem responder imediatamente. As revelações sobre corrupção que envolve o clã Bolsonaro explicam o nervosismo do presidente; afinal, ele sabe ‘o que fez no verão passado’”, declarou.
A reportagem procurou diversos governistas, que não responderam ou preferiram não se manifestar.
Marcelo Luiz Nogueira dos Santos, ex-empregado que trabalhou por 14 anos para a família Bolsonaro, denunciou uma série de supostos crimes cometidos pelo clã, sobretudo pela advogada Ana Cristina Valle, atualmente ex-esposa do presidente, e pelos parlamentares Flávio e Carlos Bolsonaro, respectivamente primeiro e segundo filho de Jair Bolsonaro.
Deputados federais aliados do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM) e do governador Rui Costa (PT), compareceram no evento realizado pelo presidente e Jair Bolsonaro (sem partido) em Tanhaçu, nesta sexta-feira (03).
Do lado democrata, estava o presidente estadual do partido na Bahia, Paulo Azi. Já os que apoiam o petista estavam Claudio Cajado (PP) e os integrantes do chamado bloco “BolsoRui”, Zé Rocha (PL) e Jonga Bacelar (PL).
Além dos parlamentares, também estavam presentes os ministros da Cidadania João Roma, que pode disputar o Governo da Bahia com o apoio de Bolsonaro, além de Tacísio Freitas (Infraestrutura) e Gilson Machado (Tursimo). Outra presença que chamou atenção foi a do pastor Silas Malafaia.
O mandatário veio ao estado para a assinatura que prevê a retomada das obras da Fiol [Ferrovia de Integração Oeste-Leste].
por Francis Juliano
O presidente Jair Bolsonaro voltou a provocar os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. Em discurso desta sexta-feira (3) durante visita a Tanhaçu, no Sudoeste baiano, o mandatário falou em “ultimato” para os dois ministros, e disse que isso ocorrerá em manifestação no dia 7 de setembro.
“Não podemos admitir que uma ou duas pessoas, usando da força do poder queiram dar um rumo para nosso país. Essa uma ou duas pessoas têm que entender o seu lugar. Nas ruas, na próxima terça-feira, dia sete, será o ultimato para essas duas pessoas”, discursou o presidente, acrescentando que os ministros deviam se “curvar” à Constituição.
Durante a fala de 14 minutos, o presidente voltou a colocar na conta dos governadores, o que incluiu o baiano Rui Costa, os problemas causados pela pandemia e disse que medidas como lockdown e fechamento não funcionaram, o que não é verdadeiro, segundo as autoridades de saúde.
“Muitos governadores, incluindo o desse estado aqui, tomaram medidas que prejudicaram seu povo, que retirou emprego de vocês. Medidas ditatoriais, como lockdown, confinamento, toque de recolher, e o famoso fique em casa trouxeram consequências”, disse.
Bolsonaro também aproveitou o discurso para dizer, mais uma vez, que o aumento dos combustíveis se deve a não redução dos impostos estaduais e não à política de preços da Petrobras, adotada em outubro de 2016, ainda no governo Michel Temer, que reajusta os valores dos combustíveis, seguindo o preço internacional do petróleo.
O presidente nacional do Democratas, ACM Neto, afirmou nesta quinta-feira (2) que pretende apresentar um plano de governo “revolucionário e transformador” que aponte para uma mudança do patamar econômico e social da Bahia, durante entrevista em Irecê.
Ele cumpre agenda extensa na região, passando também pelos municípios de João Dourado, Lapão e Xique-Xique até esta sexta-feira (03). “Ano que vem, quando a campanha propriamente começar, eu espero apresentar um plano de governo aos baianos revolucionário, transformador, que mude o patamar econômico e social da Bahia”, afirmou ACM Neto.
“O maior problema da Bahia hoje é social e econômico, que estão relacionados, ou seja, a pobreza, são as desigualdades sociais. Nesses últimos 16 anos a Bahia não mudou o seu patamar econômico, e quando a gente chega em qualquer lugar, além da preocupação com a saúde, com a vida, as pessoas se preocupam com a falta de emprego”, acrescentou.
Além do emprego, o democrata voltou a falar sobre os índices do estado em educação e segurança. “Hoje o ensino médio da Bahia, que é a responsabilidade do Governo do Estado, tem o pior Ideb do Brasil, ou seja, a pior nota na avaliação da qualidade do ensino do Brasil é da Bahia. Então a gente não pode pensar num futuro forte para Bahia sem investir na educação, na qualificação e na preparação dos nossos jovens”, disse.
Neto voltou a destacar que está concentrado na disputa pelo governo do estado, pontuando novamente que pretende oficializar sua pré-candidatura ao Palácio de Ondina ainda este ano. “Eleição nacional é outra coisa, essa disputa para presidente é outra história. O que importa é que, se eu for governador, vou estar preparado para governar com qualquer presidente, para tratar dos interesses da Bahia, como fiz como prefeito de Salvador durante oito anos”, salientou.
O presidente nacional do DEM, ACM Neto, afirmou que o Brasil não busca no próximo presidente da República alguém com o perfil do ex-presidente Lula (PT) e nem do gestor atual, Jair Bolsonaro (sem partido). O ex-prefeito de Salvador fez a declaração durante um almoço promovido pelo site Alô Alô Bahia em um restaurante da capital baiana, na terça feira (31).
“Ainda temos alguns longos meses pela frente. Esse tabuleiro ainda será muito mexido, não tenho dúvida. Quando você pergunta ao brasileiro qual o perfil desejado por ele para líder do país, de alguém que possa ser o próximo presidente da República, quando olhamos o pensamento da maioria dos brasileiros, definitivamente, esse perfil apontado pela média dos brasileiros não é o de Lula, nem o de Bolsonaro”, disse ACM Neto.
O Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA) determinou, nesta terça-feira (31), a formulação de representação ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) contra a prefeita da cidade de Saubara, no Recôncavo baiano, Márcia Oliveira de Araújo, para que seja apurada a prática de improbidade administrativa, diante da contratação irregular de 310 prestadores de serviços no exercício de 2017. De acordo com o órgão, eles foram contratados para a prestação de atividades “corriqueiras e permanentes” da administração pública, ao custo de R$456.300,75.
A gestora foi multada em R$ 4 mil. De acordo com a relatoria, para que a prefeita pudesse realizar contratações supostamente “temporárias” e “imprescindíveis”, deveria ter comprovado o excepcional interesse da administração, definida a duração dos contratos temporários, bem a prévia a existência de lei municipal que autorizasse especificamente essas admissões, o que não foi feito.
Ainda de acordo com o TCM, com relação aos processos seletivos para contratações temporárias, publicados através dos Editais nº 001/2017 e 002/2017 em fevereiro e junho, respectivamente, o órgão considerou que a gestora não comprovou a relação desses editais com os processos de pagamento questionados neste termo ocorrência, sendo mantida a irregularidade. Ressaltou, ainda, que as irregularidades perduraram durante todo o exercício financeiro de 2017, o que, no seu entendimento, “afastaria a suposta situação emergencial alegada pela gestora”.
O Ministério Público de Contas, através do procurador Danilo Diamantino, se manifestou pela procedência do termo de ocorrência, com aplicação de multa à gestora. O procurador de contas considerou que houve burla à regra do concurso público, vez que não foi comprovada a existência de interesse público e o seu caráter de excepcionalidade. Cabe recurso da decisão.
O deputado federal José Guimarães (PT-CE) revelou que Lula deseja que o PT abra mão de disputar o governo da Bahia nas eleições de 2022.
“O Lula acha até que na Bahia nós temos que abrir. Ele considera que a prioridade é a eleição presidencial, eleger deputados federais e senadores. Do contrário a gente não consegue evitar os futuros golpes”, disse o deputado em entrevista para o Fórum Onze e Meia, nesta segunda-feira (30).
Nesse cenário, o atual governador Rui Costa (PT) deixaria o cargo para disputar uma vaga ao Senado e realizaria o desejo de João Leão (PP) de assumir o executivo do estado, mesmo que em um período curto de tempo.
Caso a configuração se concretize, Jaques Wagner (PT) continuaria na Câmra Alta e Otto Alencar (PSD) seria o candidato do grupo ao Palácio de Ondina.
por Mateus Vargas e Larissa Garcia
Em novo episódio da crise institucional provocada por ele mesmo, o presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado (28), durante um culto em Goiânia, que não deseja dar golpe ou causar ruptura, mas que “tudo tem limite”.
“Temos um presidente que não deseja nem provoca rupturas, mas tudo tem um limite em nossa vida. Não podemos continuar convivendo com isso”, disse o presidente durante evento na Assembleia de Deus.
Bolsonaro ainda projetou três alternativas para seu futuro: “Estar preso, ser morto ou a vitória”. O presidente estimulou que lideranças evangélicas participem de atos pró-governo marcados para o feriado de 7 de Setembro.
Antes, ele criticava ações do STF (Supremo Tribunal Federal) e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que atingiram bolsonaristas.
“Sei que a grande, grande maioria dos líderes evangélicos vão participar desse movimento de 7 de Setembro. E assim tem de fazê-lo. Está garantido em nossa Constituição. Espero que não queiram tomar medidas para conter esse movimento”, disse Bolsonaro.
O presidente tem feito declarações golpistas e sugerido que as eleições de 2022 podem não ocorrer caso seja mantido o sistema de votação com as urnas eletrônicas –a PEC do voto impresso foi derrotada na Câmara.
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