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Itambé: G10 Favelas faz distribuição de cestas básicas

23 junho 2021 | 8:14

Foto: Divulgação

Nesta terça-feira, 22 de junho, famílias da cidade de Itambé, na Bahia (BA), receberam cestas básicas distribuídas pelo G10 Favelas, bloco de líderes e empreendedores que atuam em comunidades de todo Brasil.

Durante a ação, que acontece em parceria com o Instituto Brasil 200, foram entregues um total de 500 cestas básicas para famílias em situação de vulnerabilidade cadastradas pelos presidentes de rua, voluntários que atuam junto ao G10 Favelas nas cidades brasileiras em combate à fome.

As ações de distribuição de cestas básicas são organizadas em locais com espaço para atender as famílias beneficiadas, respeitando as normas de segurança, como o distanciamento de 2 metros entre elas, utilização de medidor de temperatura e álcool gel, além da obrigatoriedade do uso de máscaras.

O G10 Favelas continua recebendo doações para outras ações integradas, com distribuição de alimentos e materiais de higiene.

 GILSON RODRIGUES

Líder comunitário em Paraisópolis e presidente do G10 Favelas

Nascido em Itambé, interior da Bahia, Gilson Rodrigues, 36 anos, é um dos 14 filhos de Maria Lúcia Rodrigues, conhecida pelos vizinhos como “A Muda”, por ser surda e muda, e com pai desconhecido. Por conta das dificuldades e condição precária em que a família vivia, apenas Gilson e um irmão permaneceram sob a tutela da genitora, os outros foram entregues à adoção.

Em busca de uma vida melhor, a família se mudou para São Paulo e Gilson foi morar com uma tia em Paraisópolis, comunidade localizada na zona sul da capital, ao lado do luxuoso bairro do Morumbi.

Sempre com o desejo de lutar por causas sociais, Gilson entrou para o Grêmio estudantil, porque queria melhorias na escola. Ainda na adolescência, começou a trabalhar com voluntariado quando foi convidado para fazer parte da União de Moradores e do Comércio de Paraisópolis. Aos 23 anos, assumiu a presidência da associação. O trabalho comunitário virou parte da rotina de Gilson desde quando participou do grêmio estudantil de seu colégio e de congressos globais sobre inovação social.

Gilson conta que ainda pequeno ouvia dos vizinhos que os filhos da mudinha, doidinha, eram todos “ meio parecidos com ela”. Diziam que criança solta na favela não poderia crescer na vida e se tornaria, provavelmente, um bandido. Ele lembra que se tivesse a mãe ainda viva, esse não seria o desejo dela, pois ela nunca desejaria que os filhos fossem predestinados a uma situação ruim, assim como não era sua vontade entregar os outros filhos para adoção, porém foram as circunstâncias de vida que a levaram a isso. Gilson, que já conseguiu reunir sete irmãos que foram separados dele, foi estudar e aprender para ser um exemplo para a família e para os filhos.

A partir da década de 1950, Paraisópolis passou a receber fluxos de migrantes do interior e de outros estados, que assim como a família de Gilson, mudaram para São Paulo em busca de trabalho, sobretudo na construção civil. Seu crescimento intensificou-se na década de 1990, quando os habitantes de outras favelas, que foram eliminadas, mudaram-se para lá. Atualmente, Paraisópolis é a segunda maior favela de São Paulo, com cerca de 100 mil habitantes, dos quais 35% são jovens entre 18 e 25 anos que não têm acesso à parques, cinemas ou teatros. O único lazer se restringe aos bailes funks, que já completam sete anos de existência, sempre sujeitos à violência policial.

É justamente nessa comunidade, onde o poder público é quase que totalmente ausente, que incide a atuação do líder comunitário Gilson Rodrigues, que, além de atuar em várias ações sociais, como o Bistrô Mãos de Maria, projetos musicais, cursos profissionalizantes, ensino fundamental e médio, combate ao Covid-19, entre outros, é presidente do G10 Favelas, uma associação que reúne as 10 maiores favelas brasileiras.

Gilson é responsável pelo salto de inovação e crescimento que colocou Paraisópolis como a comunidade mais bem organizada e com diversas iniciativas para diminuição do impacto da pandemia da Covid-19. As 12 iniciativas criadas pelo Comitê das Favelas ganharam repercussão mundial como tecnologia social de desenvolvimento que foram replicadas em outros territórios do Brasil.

Mostrar as favelas como potência e criar soluções para as comunidades, dando visibilidade para o empreendedorismo de impacto social e melhorar a qualidade de vida da população periférica com inovação e criatividade são alguns dos conceitos que Gilson sempre adotou e incentivou.

Em sua trajetória, o líder comunitário recebeu o reconhecimentos e premiações, como: Empreendedor Social do Ano 2020 – Folha de São Paulo, na categoria mitigação da Covid-19; Menção Honrosa ao programa de combate à pandemia no Prêmio Alceu Amoroso Lima de Direitos Humanos (2020); Prêmio Cidadão Soteropaulistano 2017; Prêmio Brasil Toastmasters de Comunicação e Liderança 2016; Salva de Prata da Câmara Municipal de São Paulo, que integra o Prêmio Milton Santos (2015); Personalidade Financeira do Ano no 7º Prêmio Relatório Bancário (2011); Comenda e Prêmio Empreendedor Social (2010) – Academia Brasileira de Cultura, Artes e História; As 10 Personalidades do Morumbi (2010) – Revista Dolce e Empreendedor Social: Categoria Educação e Cultura (2008) – Revista Dolce.

Atualmente, além de líder comunitário de Paraisópolis e presidente do G10 Favelas, Gilson é CEO do G10 Bank Participações, um banco criado para fornecer crédito a empreendedores da favela para impulsionar a economia e fortalecer comércios e marcas locais.

O garoto humilde do interior da Bahia que adotou São Paulo como sua cidade e Paraisópolis como sua casa ainda promete muito trabalho e dedicação em busca de igualdade social, sua missão é elevar o potencial econômico das favelas, melhorar a qualidade de vida dos moradores e acabar com o estigma de favelado.

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