A Justiça de São Paulo penhorou o valor de R$ 246,6 mil da conta da Igreja Mundial do Poder de Deus, chefiada pelo pastor Valdemiro Santiago. A cobrança ocorre em razão de uma dívida no pagamento do aluguel de um dos seus templos, em São Paulo.
A decisão, da juíza Valéria Longobardi, foi publicada na quinta-feira (27). A Igreja Mundial é uma das maiores igrejas evangélicas do país.
As cobranças dos aluguéis atrasados são dos anos de 2018 e 2019. Apesar disso, a igreja alega que o atraso ocorre devido a pandemia de coronavírus, já que teve que fechar os templos e deixou de arrecadar o dízimo dos fiéis, que é sua maior fonte de renda para o pagamento dos compromissos mensais.
“As pessoas estão impossibilitadas de participar dos cultos. A arrecadação da igreja caiu bastante e estamos tendo dificuldade para o pagamento de aluguéis, algumas igrejas estão até fechando”, afirmou o advogado Felipe Palhares, defensor do pastor.
Segunda a defesa de Valdemiro, ele ““não é o representante legal da instituição, mas as pessoas jurídicas”, já que o pastor não assinou os contratos de aluguéis.
Questionado sobre o fato da ação ter ocorrido antes da pandemia, que foi a justificativa usada pela igreja para a falta do pagamento, Palhares justificou que pode ter ocorrido atraso no parcelamento de acordos. A igreja foi fundada em 1998 pelo Apóstolo Valdemiro Santiago e hoje conta com cerca de 6.000 templos divididos entre Brasil e 27 países no exterior.
No início deste mês, o Ministério Público Federal (MPF) ajuizou uma ação civil pública para que o pastor evangélico Valdemiro Santiago e a Igreja Mundial do Poder de Deus paguem pelo menos R$ 300 mil de indenização por danos sociais e morais coletivos.
Cura da Covid
Líder da Igreja Mundial do Poder de Deus (IMPD), Valdemiro Santiago apareceu em vídeo divulgado na internet anunciando sementes de feijão com supostos poderes de curar a Covid-19.. Nas imagens, ele chega a citar o caso de um fiel cuja recuperação plena da doença usando os feijões estaria comprovada por um atestado médico.
O Ministério da Saúde, representado pela União, também responderá à ação por ter removido de seu site uma mensagem de alerta contra os anúncios enganosos de Valdemiro. A publicação, feita após pedido do MPF, ficou no ar durante poucos dias. De acordo com o MPF, a peça foi removida sem explicações e não voltou mais à página da pasta.