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Para colocar amigo de Carlos na PF, Bolsonaro tenta aval do STF

27 abril 2020 | 7:02

Governo consultou informalmente a Corte sobre possibilidade de indicação ser barrada; diferente do que ocorreu quando Dilma indicou Lula para Casa Civil, ministros dizem não ver motivos para interferir.Foto: José Cruz/Agência Brasil

Temendo uma enxurrada de processos contra a nomeação de Alexandre Ramagem para dirigir a Polícia Federal (PF), a cúpula do presidente Jair Bolsonaro tem consultado informalmente ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre eventuais ações judiciais que podem barrar a indicação.

Ramagem é próximo da família Bolsonaro e amigo do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o filho 02 do presidente, que é investigado pela PF como um dos articuladores de um esquema criminoso para espalhar fake news. Bolsonaro quer Ramagem à frente da corporação que apura a conduta do próprio filho.

Atual diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Ramagem foi chefe da segurança de Bolsonaro em 2018, então candidato à Presidência da República, quando se aproximou de Carlos. Questionado por seguidores no Twitter, no domingo (26), sobre a ligação entre o indicado para a PF e seu filho, Bolsonaro respondeu: “E daí? Por isso, deve ser vetado?”.

Outro amigo da família deve ser nomeado nesta segunda-feira (27) para cargo no governo. Jorge Oliveira,  atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência, substituirá Sergio Moro à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Ramagem ficará subordinado a Oliveira, que foi chefe de gabinete do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), além de padrinho de casamento do filho 03 do presidente.

O presidente não pretende recuar nas indicações, que podem passar pelo STF. Vale lembrar que, quando a então presidente Dilma Rousseff (PT) indicou o ex-presidente Lula (PT) para assumir o comando da Casa Civil, o Supremo barrou a nomeação. Na época, o petista não tinha sido nem denunciado pelo Ministério Público ainda. Hoje, a maioria dos ministros diz acreditar que não há motivos para movimento semelhante. Informações da Folha de S.Paulo.

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