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‘Racismo estrutural’, diz Margareth sobre não ter a mesma projeção que Ivete e Daniela

19 abril 2022 | 0:03

“A isso soma-se a estética, o padrão da televisão. Nós, mulheres artistas negras, não tínhamos as mesmas oportunidades, aberturas, convites”. Foto: Reprodução/Gente Preta

Em entrevista ao jornal O Globo, a cantora Margareth Menezes disse que sua carreira não teve a mesma projeção que a de suas colegas de Axé Music Ivete Sangalo e Daniela Mercury por causa do “racismo estrutural”, e que não teve as mesmas oportunidades que as artistas por não ser o “padrão” exigido pela televisão. 

“São histórias de patamares diferentes, e existem aí várias coisas dentro do mesmo pacote. Tem a questão racial, o racismo estrutural da nossa sociedade. A isso soma-se a estética, o padrão da televisão. Nós, mulheres artistas negras, não tínhamos as mesmas oportunidades, aberturas, convites. Outro diferencial é que Daniela e Ivete, mulheres fantásticas e grandes talentos com contribuições enormes na cultura, tiveram a oportunidade de participar de blocos com estrutura, já com a logística arrumada, patrocinadores. Não tinham as mesmas preocupações que eu, que venho da música e de trio independente”, disse Margareth.

A cantora afirmou também que sempre houve luta na sua vida, e sobre o que compõe o seu trabalho como artista. “Minha vida foi luta o tempo todo. Em algum momento, vi que tinha que criar a minha identidade em relação à música. ‘Maga é o que?’ Afropop brasileiro! Comecei a defender essa identidade musical, porque o Axé Music foi um rótulo de generalização. Vi que a música que eu fazia tinha todo o meu legado. Sempre gostei de percussão, do meu histórico ancestral, mas também da coisa urbana. Havia toda uma urbanidade que me influenciava: Tropicália, Belchior, Fagner, João Gilberto, Dorival Caymmi, Rita Lee, Elis Regina, Ney Matogrosso.”

A cantora relembrou que ficou oito anos sem gravadora, mas que conseguiu construir uma carreira de destaque nacional e internacional. “Por outro lado, tive a sagacidade de conseguir o meu espaço dentro disso tudo. Fui uma artista inquieta, sempre gostei de fazer coisas diferentes e sobrevivi a uma situação brutal, fiquei oito anos sem gravadora (depois do disco “Luz dourada”, de 1993, e até o “Maga – Afropop brasileiro”, de 2001, lançado em parceria com a Universal). Mesmo assim, fiz uma carreira de destaque aqui e fora do Brasil. Continuei os projetos e pude atravessar o deserto.”

Margareth está com apresentação marcada nesta quinta-feira (21), no “Baile da Maga”, no Sollar da Baía, no Museu de Arte Moderna, em Salvador.

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