Comandantes das Forças Armadas têm receio de que não consigam atuar contra os grevistas por vários dias seguidos. Foto: Nildo Freitas/Brumado Verdade
O decreto que autoriza o uso de Forças Armadas na desobstrução de vias fechadas pelos caminhoneiros grevistas, publicado pelo governo nesta sexta-feira (25), causou preocupação entre militares. De acordo com a coluna de Andreia Sadi, do G1, comandantes do m Exército, Marinha, Aeronáutica e Polícia Rodoviária Federal têm receio de que os próprios estoques de combustível não permitam atuação contra os manifestantes por vários dias seguidos. Ao decidir pela intervenção, o presidente seguiu conselho do general Sérgio Etchegoyen, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, e do ministro Raul Jungmann, do Ministério da Segurança Pública, mas ignorou apelos de lideranças das forças federais. Procurado, o Palácio do Planalto alegou que o receio “não tem procedência” já que, segundo o governo, o Exército tem combustível suficiente para a operação anunciada pelo presidente Michel Temer.
O Corpo de Bombeiros divulgou nota nesta sexta-feira (25) alertando a população sobre cuidados necessários diante dos impactos provocados pela greve nacional de caminhoneiros. O comunicado ressalta que os serviços da corporação não foram afetados e alertou sobre a possível ocorrência de acidente com combustíveis. “Não estimulamos ou apoiamos o armazenamento de qualquer combustível, mas é de nossa responsabilidade transmitir conhecimento para prevenir acidentes”, relata o texto. O Corpo de Bombeiros fala ainda em “nunca” armazenar gasolina em recipientes de vidro e diz que “garrafa Pet não é adequada para combustíveis”. “Se você utilizou um vasilhame plástico popularmente conhecido como galão, não deixe num local onde haja sol, ou variação de temperatura”, afirma o comunicado, pedindo ainda que crianças não tenham acesso ao comunicado. O Corpo de Bombeiros alerta ainda que os riscos de inalar gasolina incluem a possibilidade de desenvolver danos neurológicos, dor de cabeça, infecção pulmonar, tontura, entre outros sintomas. Em caso de envenenamento por gasolina, a corporação recomenda retirar a vítima de uma sala saturada com vapores de gasolina, garantir a entrada de ar fresco, envolver o paciente com um cobertor e ligar para a emergência 193.
O Sindicombustíveis Bahia divulgou nota na noite desta sexta-feira (25) informando que os 2,8 mil postos de combustíveis do estado estão com o estoque ‘praticamente zerado’ de gasolina e etanol. Além disso, poucos ainda possuem diesel. No texto, o sindicato externa “sua imensa preocupação com a greve dos caminhoneiros e o impasse nas negociações. A paralisação entrou no quinto dia com consequências gravíssimas e sem precedentes no país para todas as categorias econômicas e para a população”. Na nota, o Sindcombustíveis apontou ainda que defende a diminuição da carga tributária que incide sobre os combustíveis. A entidade pediu ainda que o governo federal e os caminhoneiros cheguem urgentemente a um acordo “para que as consequências não sejam mais drásticas ainda”.
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou um projeto que estipula regras para a eleição indireta do presidente e do vice-presidente da República em caso de vacância nos últimos dois anos do mandato. A matéria não altera o que já consta na Constituição e apenas define um procedimento do que deve acontecer para a realização da eleição indireta. Atualmente, já está previsto que a votação deve ser feita 30 dias depois que os cargos de presidente e do vice-presidente da República ficarem vagos. Além disso, deputados federais e senadores serão os responsáveis pela escolha. O projeto aprovado na CCJ nesta quarta-feira (23), segue diretamente para a Câmara se não houver recurso para votação pelo plenário do Senado. Ele foi apresentado ainda em 2015 pelo senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), pouco antes do então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ) autorizar a abertura do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
O comando do Exército brasileiro pediu ao presidente Michel Temer nesta sexta-feira (25) que edite um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) com o objetivo de proteger a atuação das Forças Armadas na ação em todo o território nacional para liberar rodovias bloqueadas pela greve dos caminhoneiros. De acordo com o jornal O Globo, a preocupação dos militares é resguardar a ação das tropas em todos os estados brasileiros onde caminhoneiros realizam bloqueios. O emprego das Forças Armadas no combate à greve da categoria foi autorizado pelo presidente Michel Temer. “Será um guarda-chuva para proteção da tropa em âmbito nacional”, disse à publicação um dos militares próximos ao Comando do Exército. Antes da solicitação, o presidente já havia decidido assinar um decreto para amparar a ação dos militares, o que fará com que eles possam dirigir um caminhão e tirá-lo da estrada. Os comandantes das três forças – Exército, Marinha e Aeronáutica – se reuniram nesta tarde, no Ministério da Defesa, para planejar o emprego das tropas.
Um micro-ônibus colidiu com um caminhão, na Hungria, causando a morte dos oito passageiros, além do motorista. Segundo a Euronews, as autoridades do país revelaram, nesta quarta-feira (23), que o condutor fazia uma live para o Facebook no momento do acidente. Os ocupantes do veículo, que tinha placas da Romênia, eram trabalhadores rurais que vinham da Eslovênia, onde tinham sido contratados para trabalhos sazonais. O Ministério de Relações Exteriores da Hungria confirmou que a nacionalidade de quatro dos mortos era romena. Os meios de comunicação locais informaram que, entre os mortos, estavam dois casais. O acidente ocorreu na terça-feira (22).
Apesar do acordo entre o governo federal e representantes dos caminhoneiros para suspender greve por 15 dias em todo o país no final da noite desta quinta-feira (24), as mobilizações continuam nas rodovias baianas nesta sexta (25). Na BA-526, próximo à Ceasa de Simões Filho, caminhões estão estacionados desde a 1h, no acostamento. A Polícia Rodoviária Estadual (PRE) está acompanhando a mobilização, de acordo com informações do Centro Integrado de Comunicação (Cicom), da Secretaria de Segurança Pública (SSP). De acordo com o jornal Correio, os manifestantes, no entanto, não estão bloqueando a pista. Também há mobilização dos caminhoneiros na BR-101, na altura do município de Muritiba, no Recôncavo baiano, segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Na BR-324, na altura do bairro de Valéria, em Salvador, há manifestação com uma faixa interditada sentido Salvador, segundo a Via Bahia. As manifestações também continuam na BR-116, com restrição de passagem apenas para veículos de carga (caminhões e carretas) nas cidades de Santo Estevão, Itatim, Milagres, Jequié, Poções, Manoel Vitorino e Vit. da Conquista. Ainda de acordo com a concessionária, o tráfego está fluindo normalmente para demais veículos.
Uma resolução que regulamenta a distribuição de recursos do Fundo Eleitoral Público foi aprovada nesta quinta-feira (24) pelo Tribunal Superior Eleitoral. De acordo com informações da Agência Brasil, são R$ 1,716 bilhão que serão utilizados para financiar campanhas. Os critérios para divisão entre os partidos são definidos em lei. Dentre eles está o tamanho das bancadas no Congresso Nacional. As legendas somente receberão os recursos após aprovação e divulgação dos critérios para distribuição do dinheiro entre os candidatos. O partido que mais receberá recursos será o MDB, que deve ficar com R$ 243,19 milhões, o que equivale a 13,64% do total disponível. Os emedebistas são seguidos do PT, com R$ 212,2 milhões (12,36%) e PSDB com R$ 118,7 milhões (6,92%). As legendas com menos recursos são Partido Novo, PMB, PCO e PCB, com direito a R$ 9,7 milhões cada. O valor é distribuído para conta do diretório nacional de cada partido, que distribui entre os candidatos de acordo com os critérios. A Justiça Eleitoral é responsável por verificar se todas as exigências foram cumpridas. A resolução aprovada nesta quinta prevê ainda que 30% dos recursos de cada partido deve ser aplicado na candidatura de mulheres, conforme confirmado na semana passada pelo próprio TSE.
por Bruno Luiz
O governo federal anunciou na noite desta quinta-feira (24) um acordo com os caminhoneiros para suspender, por 15 dias, a paralisação que afetava estradas de 22 estados e do Distrito. O anúncio foi feito após sete horas de reunião entre a alta cúpula governista e um grupo de representantes da categoria. Integrantes de uma associação, no entanto, disseram que manterão o movimento. Segundo o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, o acordo foi possibilitado pela decisão de manter o preço do diesel por 30 dias, ao contrário da política praticada atualmente pela Petrobras, que permite reajustes a qualquer momento, sem periodicidade definida. Já o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, disse que, durante 15 dias, a Petrobras vai assumir os custos com a redução de R$ 0,23 centavos no valor do litro do diesel. “A partir do 15º dias, vamos [governo] assumir o restante dos 15 dias para completar o mês. Completado o mês, você vai fazer um reajuste dos preços com base na política da Petrobras e fixa o preço nos próximos 30 dias”, explicou. Ainda segundo ele, a Cide será reduzida a zero neste ano. O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, no entanto, ressaltou que não houve mudança na política de preços da Petrobras. “A política de preços da Petrobras continua intacta até a porta da refinaria para frente”. Já Guardia ponderou: “A nossa referência é sempre o preço do diesel nas refinarias. Estamos falando apenas no diesel.” O ministro da Fazenda anunciou também que o governo vai criar um programa de subvenção econômica para que possa bancar a diferença entre o preço que está fixado e o preço que seria praticado pela política da Petrobras. “Do ponto de vista fiscal, é uma despesa fiscal que vai requerer dotação orçamentária específica. Vamos abrir um crédito extraordinário. Por ser uma despesa nova, ela vai ter que ser compensada nas despesas do Orçamento da União para manter a meta fiscal. Do ponto de vista fiscal, vai ser compatível com a nossa meta”, disse.
A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) divulgou na manhã desta quinta-feira (24) um balanço da paralisação, movimento realizado em todo o Brasil. De acordo com o Estadão, a entidade divulgou que são 330 pontos de rodovias interditadas pelo movimento de paralisação dos caminhoneiros em 23 Estados. Apenas Amazonas, Acre, Amapá e Rio Grande do Sul não têm estradas interrompidas nesta quinta. Os estados com mais trechos interrompidos são os de grandes produtores agrícolas. São eles: Paraná (45 pontos), Minas Gerais (42 pontos), Santa Catarina (37), Mato Grosso do Sul (31), Goiás (25) e Mato Grosso (23).