O grupo próximo ao vice-presidente Michel Temer já considera como certo o rompimento do PMDB com o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). A cúpula do partido avalia que ao menos 80% dos votos do Diretório Nacional serão favoráveis ao desembarque da gestão. De acordo com O Globo, Temer deve desembarcar em Brasília nesta segunda-feira (28) para tentar unificar o partido em torno da decisão e até o governo já assumiria a “derrota” no encontro desta terça (29). Com a forte tendência, o Palácio do Planalto voltou suas forças para minimizar a fuga de outros partidos da base aliada. Além do rompimento com Dilma, o vice-presidente espera que o encontro de terça consiga formar um projeto de poder próprio. Primeiro, porém, há que se definir o que ocorrerá com os sete ministros do PMDB. O governo defende que a decisão de retirá-los poderia causar a paralisia do país e os próprios ministros não estão convencidos de que devem deixar os cargos.
Até agora maior aliado da presidente Dilma Rousseff no PMDB, o diretório do Estado do Rio de Janeiro vai votar pelo rompimento com o governo na reunião nacional do partido marcada para terça-feira (29). Peemedebistas ouvidos pelo jornal O Estado de S.Paulo acreditam que a decisão não será unânime, porque poderá ter o voto contrário ao rompimento do líder da PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, e do ministro da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera. Os outros dez representantes do Rio no diretório nacional deverão votar pela saída do governo. Embora integrem o diretório nacional, o governador Luiz Fernando Pezão, o prefeito Eduardo Paes e o ex-governador Sérgio Cabral não irão ao encontro. Serão substituídos por suplentes. Entre os que votarão pelo rompimento estão o presidente do PMDB-RJ, Jorge Picciani, pai de Leonardo, o ex-ministro e ex-governador Wellington Moreira Franco e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
A justiça eleitoral estendeu o prazo para os vereadores que queiram mudar de partido sem perda de mandato, venham a fazer a troca, cumprindo o calendário eleitoral de 19/02 a 01/04/2016. Pensando na próxima eleição, a dança dos partidos já começou na capital do minério, muitos vereadores estão fugindo da base aliada do partido dos trabalhadores, que está em queda supersônica com a crise do governo de Dilma e Lula, e com o escândalo da Operação Lava Jato. Até o dia 1º de abril o cenário político sofrerá uma grande transformação, com a revoada dos políticos que dá sustentação ao governo de Dilma, deixando o barco do (PT) a deriva em alto mar. Em Brumado, atendendo ao pedido do presidente do (PSB) Márcio Moreira, o vereador Romar Pereira, por se achar incomodado dentro da sigla do (SD), resolve trocar de partido e retorna as hastes do (PSB), pensando em melhores condições para o seu retorno ao legislativo brumadense neste ano.
Quando um governo está prestes a afundar, nem os aliados se constrangem mais em abandonar o barco. Foi o que aconteceu na última semana na base de sustentação da presidente Dilma Rousseff. Na esteira da divulgação dos diálogos pela Lava Jato, o PRB e o PP anunciaram o desembarque do governo. O PMDB, maior partido governista, também prepara a sua retirada. A ausência do vice-presidente, Michel Temer, e do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), da cerimônia de posse do ex-presidente Lula na Casa Civil foi calculada. A desculpa parece ter saído sob encomenda: a ida do deputado federal licenciado Mauro Lopes (PMDB-MG) para a Secretaria da Aviação Civil, na última quinta-feira. Nos bastidores, no entanto, os principais caciques da legenda se reuniam em São Paulo para combinar a defecção. No encontro, que contou com a presença de Temer, Renan, do ex-ministro Moreira Franco e do senador Eunício Oliveira (CE), entre outros, os peemedebistas decidiram antecipar para o próximo dia 29 a reunião do diretório nacional do partido.
Nova pesquisa do instituto Datafolha mostra a ex-senadora Marina Silva (Rede) em primeiro lugar das intenções de voto para a Presidência da República em 2018, com 21% a 24% da preferência, dependendo de quem seja o candidato do PSDB. No levantamento, realizado entre 17 e 18 de março, Marina, o senador Aécio Neves (PSDB), e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estão entre os nomes mais citados para o pleito e aparecem empatados, considerando a margem de erro de dois pontos percentuais. Em comparação com a última consulta, feita em fevereiro, Lula foi o mais afetado no período, perdendo pontos além da margem de erro no cenário composto por Marina ou por um tucano, seja Aécio; o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin; ou o senador José Serra. Contra os dois últimos, o petista fica em segundo lugar. Com a entrada a fundadora da Rede, cai para terceiro: Marina lidera com 21%, Aécio fica em segundo com 19% e Lula aparece com 17%. Neste cenário específico, Aécio perdeu mais pontos, no entanto: em fevereiro, tinha 24% das intenções de voto; em dezembro, 27%. O juiz Sérgio Moro, que está à frente das ações decorrentes da Operação Lava Jato, foi incluído na pesquisa, aparecendo em 4º lugar, com 8%. Ele fica atrás de Marina (17%), Lula (17%) e Aécio (14%), mas à frente de Serra (6%), Bolsonaro (5%), Ciro Gomes (5%) e Alckmin (5%).
A presidente Dilma Rousseff sai perdendo no primeiro dia da instalação da comissão especial do impeachment na Câmara dos Deputados. Membros do governo e da base aliada passaram cerca de duas horas reunidos e, após confusão, chegaram a um acordo sobre os nomes que irão sugerir nesta quinta-feira para assumir as funções de chefia da comissão. Como presidente, o nome indicado será Rogério Rosso (PDT-DF), aliado de Gilberto Kassab, ministro das Cidades. Já o relator sugerido será Jovair Arantes (PTB-GO). Ambos são conhecidos como aliados do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), responsável por deflagrar o processo de impeachment contra Dilma. Ontem, inclusive, Cunha se reuniu com membros do PSDB e do DEM, ocasião em que o grupo contrário ao governo decidiu sugerir Rosso e Jovair como seus candidatos à liderança do colegiado. Com o acordo do governo e da base aliada em optar pelos mesmos nomes da oposição, eles devem ser eleitos hoje. Para o líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), a decisão “visa a estabilidade do País”.
A divulgação de uma conversa entre a presidente Dilma Rousseff e o agora ministro da Casa Civil, Luiz Inácio Lula da Silva, tornou a situação de ambos insustentável, na avaliação de líderes da oposição ouvidos por O Financista . “Só resta, agora, a renúncia imediata para Dilma e a prisão para Lula”, afirma o líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA). No início da noite desta quarta-feira (16), o juiz Sérgio Moro, que coordena a Operação Lava Jato, retirou o sigilo do processo. Com isso, foi divulgado o áudio de uma conversa entre Dilma e Lula, gravada pela Polícia Federal na manhã de hoje. No telefonema, Dilma informa que está enviando o termo de posse de Lula, para que ele use “apenas se necessário.” A PF interpretou o diálogo como uma tentativa de obstruir a Justiça, na medida em que Lula é investigado pela Lava Jato. Na noite desta quarta. deputados da oposição exigiram a renúncia de Dilma e a prisão de Lula no plenário da Câmara. “O que mais se pode fazer quando a própria presidente é pega tentando obstruir a Justiça?”, indaga o líder do PPS, Rubens Bueno. “Não há outra saída: é renúncia e prisão”, acrescentou.
O presidente nacional do PRB, Marcos Pereira, anunciou nesta quarta-feira (16) que seu partido deixará a base aliada do governo da presidente Dilma Rousseff. Segundo o dirigente, a legenda colocará o Ministério do Esporte, ocupado por George Hilton atualmente, ‘à disposição’ da petista. Ele afirmou que as bancadas da sigla adotarão postura de ‘independência’ na Câmara e no Senado. Pereira disse que a decisão de desembarque do PMDB foi aprovada durante reunião na tarde desta quarta-feira por unanimidade pela bancada do PRB na Câmara, composta por 21 deputados. De acordo com ele, a decisão foi motivada pelo agravamento da crise econômica e política. “Estamos escutando a voz das ruas. Não estamos vendo norte para a situação que o País vive”, justificou.
O ex-presidente Luiz Inácio Lua da Silva deve aceitar o convite da presidente Dilma Rousseff para ocupar um ministério. De acordo com a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, a informação foi confirmada por um dos principais assessores da presidente. O destino, contudo, ainda não foi definido. Lula deve se encontrar com Dilma nesta terça-feira (15) para discutir as possibilidades, como ir para a Casa Civil, no lugar de Jaques Wagner, ou para a Secretaria de Governo, no lugar de Ricardo Berzoini. Segundo a colunista, a segunda opção é a mais provável já que permitiria que o ex-presidente se livrasse de questões mais burocráticas e possa negociar a permanência do PMDB no Palácio do Planalto. Com a possível nomeação, Lula ganharia foro privilegiado e não seria mais investigado pelo Ministério Público de São Paulo nem pela Justiça Federal de Curitiba. O caso passaria para a Procuradoria-Geral da República, em Brasília, e supervisionadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A presidente Dilma Rousseff “sai muito enfraquecida” das manifestações que ocorreram neste domingo no Brasil e o volume dos protestos impulsionará o debate sobre impeachment. “Precisamos considerar que tínhamos sobre a mesa três elementos que já eram por si só explosivos: uma paralisia política, uma asfixia econômica e uma crise moral sem precedentes. Juntando com esse elemento de hoje, de povo na rua, isso tudo dá à crise uma dimensão bastante importante, muito grave para a presidente, que obviamente vai impulsionar o debate sobre impeachment”, observa Josias. “Pouca gente hoje considera que a presidente ainda reúna condições de permanecer até 2018. Estreitaram-se muito as margens de manobra do governo”, disse.